segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A VISÃO DOS EDUCADORES SOBRE DESENVOLVIMENTO HUMANO
 

TEÓRICOS


DESENVOLVIMENTO HUMANO

MOTRICIDADE

LINGUAGEM E COGNIÇÃO

Jean Piaget – Cientista suíço que revolucionou a forma de encarar a infância. Foi um dos mais importantes pesquisadores e auxiliar da educação e da pedagogia. Nasceu em Neuchatel, em 9/8/1896 e morreu em 17/8/1980. Embora fosse ótimo pesquisador, ele era biólogo e não criou um método de ensino, pois não atuou como pedagogo. Seu estudo se restringiu ao processo pelo qual o ser humano adquire conhecimentos.
 

Ele dividiu os períodos de acordo com o aparecimento de novas qualidades de pensamento e que, por sua vez, interfere no desenvolvimento do indivíduo.
- 1º período: sensório motor (0 a 2 anos); - 2º período: pré-operatório (2 a 7 anos); - 3º período: operações concretas (7 a 11 ou 12 anos); - 4º período: operações formais (11 ou 12 anos em diante). Cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o ser humano consegue fazer nessas faixas etárias.
Por volta dos cinco meses, a criança consegue coordenar os movimentos das mãos e olhos e pegar objetos. Neste período, fica evidente que o desenvolvimento físico motriz acelerado é suporte para o aparecimento de novas habilidades. No período de 2 a 7 anos, há a maturação neurofisiológica e, com esta, completa-se e amplia-se a motricidade permitindo o desenvolvimento de novas habilidades como a coordenação motora fina. Pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o lápis corretamente etc.
No curto espaço de tempo, por volta de dois anos, a criança evolui de uma atividade passiva em relação ao ambiente para uma atitude ativa e participativa. Começa a imitar regras e a compreender algumas palavras, e é capaz da fala imitativa. A 1ª infância (de 2 a 7 anos) é o período mais importante, quando se dá o aparecimento da linguagem e irá acarretar modificações nos aspectos intelectual, afetivo e social da criança. A interação e a comunicação entre os indivíduos são as consequências mais evidentes do desenvolvimento da linguagem e da cognição.

TEÓRICOS


DESENVOLVIMENTO HUMANO

MOTRICIDADE

LINGUAGEM E COGNIÇÃO
Lev Vygotsky nasceu em 1896 em Arsha, perto de Minsk, capital da Bielo Rússia. Era médico e morreu aos 38 anos de tuberculose. Fundou um laboratório de Psicologia e se destacou pela cultura enciclopédica.
Ele acreditava que a criança é um (ser) indivíduo social. Criou a teoria do processo social histórico e o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o que o indivíduo já sabe, já domina, e o que ele tem potencial para aprender.  
Constituiu teses e ideias inovadoras sobre temas como a relação entre o pensamento e a linguagem, a natureza do processo de desenvolvimento da criança e o papel da instrução no desenvolvimento. Um dos pressupostos básicos de sua teoria é que as origens das formas superiores de comportamento consciente devem ser achadas nas relações sociais que o homem mantém. Ele entendia o homem como ser ativo sobre o mundo e que transforma suas ações para que construam o funcionamento do plano interno. Ele considerava o desenvolvimento infantil sobre três aspectos: o instrucional, o cultural e o histórico. Segundo Vygotsky, a história da sociedade e do desenvolvimento humano caminham juntas.
Inicialmente, a fala acompanha a motricidade e, posteriormente, a fala dirige, determina e domina o curso da ação, com sua função planejadora.
Os movimentos da criança afetam o adulto, não o objeto diretamente. O gesto é criado na interação. A criança passa a ter controle de uma forma de sinal pelas relações sociais e interativas.
Está alicerçado no plano das interações. Todos os movimentos e expressões verbais da criança, no início de sua vida, são importantes, pois afetam o adulto, que os interpreta e devolve à criança como ação e/ou com a fala. No que concerne à cognição, ele deu ênfase ao processo de internalização como mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas da aprendizagem. Esta é a reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem.

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Henri Wallon

Henri Wallon, além de elaborar uma teoria sobre o desenvolvimento humano, em virtude de sua preocupação com a educação, escreveu também suas ideias pedagógicas: sua psicogenética é essencialmente sociocultural e relativista, com forte lastro orgânico. Sua teoria considera o desenvolvimento da pessoa completa integrada ao meio social considerando-se os aspectos afetivo, cognitivo e motor integrados. O desenvolvimento se dá na integração do ser humano (seu aparato orgânico) com o meio social.

A motricidade e seu desenvolvimento, para Wallon, está ancorada no desenvolvimento neurológico, como condição e limite. No estágio sensório-motor, a criança realiza um extenso e diferenciado acordo entre as percepções e os movimentos. Com a maturação neurológica os reflexos, são inibidos e a criança torna-se capaz de realizar exercícios sensório-motores conduzindo a um duplo resultado: ligar o efeito perceptível e diversificar os movimentos.
As habilidades de linguagem, Wallon acreditava serem aptidões cultivadas, desenvolvidas em contato com a cultura, e não apenas inatas, embora dependam também das condições orgânicas.
Quanto ao desenvolvimento cognitivo, para Wallon, todos deveriam ter oportunidades iguais e respeito à singularidade (subjetividade) de cada pessoa. A todo o desenvolvimento intelectual, estético e moral seria oferecida uma base comum para oportunizar à criança experimentar, descobrir suas tendências de acordo com o seu estágio de desenvolvimento.

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Maria Montessori
O método montessoriano, ou abordagem biopsicológica, continua atual e questiona rótulos de normalidade e anormalidade entre as crianças. As que são estimuladas a desenvolverem avançam, segundo a descoberta feita por Montessori de algumas leis que regem o desenvolvimento humano e a aprendizagem da criança. Os principais norteadores montessorianos baseiam-se nas etapas do desenvolvimento biopsicológico infantil e, assim, as crianças ver-se-iam envolvidas com diversas atividades simultaneamente em sala de aula: uns com matemática, outros com arte e linguagem etc. Sua abordagem era um modo de ver o desenvolvimento da criança entremeado com as condições ambientais que poderiam favorecer ou atrapalhar.
Quanto à motricidade, para ela toda característica específica de uma pessoa é adquirida com a ajuda de um impulso passageiro. A motricidade não é somente cognitiva, mas fruto do esforço guiado cuidadosamente por instintos ou períodos. A criança que não tiver acesso a experiências que permitam o desenvolvimento, no tempo certo, sofrerá um distúrbio no seu desenvolvimento.
Para Montessori, a linguagem é uma das maneiras de a criança interagir com o meio. A linguagem surge, na infância, num processo natural e inconsciente pela necessidade de se expressar. A cognição e a aprendizagem, para ela, ocorrem por conta própria e, portanto, precisa-se ter vontade para aprender. Quando é motivada, a criança passa a ter interesse e autoconfiança. O método promove o desenvolvimento da concentração. Períodos sensíveis: período sensível por ordem; período sensível por detalhes; período sensível para utilização das mãos; período sensível para andar; período sensível para a linguagem.

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Waldorf


“Educar para o futuro” significa encarar, a partir da própria organização escolar, os principais desafios que a atualidade propõe.
Na pedagogia Waldorf, dá-se importância à educação no primeiro setênio (0 a 7 anos de idade), por tratar-se da fase da vida na qual é desenvolvida a organização do corpo físico. Nessa fase, a criança aprende a adequar-se aos apelos do mundo por meio da imitação das pessoas e das ocorrências ao seu redor. Cabe aos adultos escolherem a qualidade do ambiente e as atitudes dignas de serem imitadas pelas crianças. A solução está na real compreensão fisiológica e psicológica do desenvolvimento.


Nos primeiros meses e até três anos, a criança sente visível necessidade de movimentar-se constantemente, mas com movimentos caóticos e desajeitados. Aos 4 ou 5 anos, a criança nessa fase continua com a necessidade de conquistar a consciência corporal, isto é, estimular e condicionar, mas o ambiente deve proporcionar situações para a alegria e a segurança. Ela já responde aos estímulos dos adultos, como a possibilidade de alfabetização precoce entre 4 e 5 anos.


Além de não interferir de forma a melhorar a capacidade intelectual quando adulto, não é produtivo tirar da criança a oportunidade de desenvolver a fantasia, despertar a alegria da conquista e aquisição da sua segurança diante do mundo.
Dos 5 aos 7 anos, há o surgimento de um novo comportamento.
A imaginação se cristaliza levemente em representações mentais das experiências vividas no mundo. Tem início os primeiros passos de um raciocínio e, só agora, em torno de 6 anos completos, no sétimo ano de vida, é que podemos apelar para uma compreensão de ideias, de pensamentos sobre o mundo.


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Celestin Freinet


O livre arbítrio também deve ser considerado entre as crianças. Segundo Freinet, toda criança já possui uma consciência moral. Para Celestin Freinet, todo indivíduo é sociopolítico, ou seja, tem a sua parte de responsabilidade na sociedade a qual está inserida e, consequentemente, é influenciada politicamente, mesmo não querendo. Para ele, o desenvolvimento humano passa por formação de pessoas livres, construtoras de um juízo sólido e de nobre caráter.


Para Freinet, o desenvolvimento da motricidade de cada ser humano deve respeitar a sua individualidade (subjetividade), mas não ter problemas de integração social. Para ele, a vontade humana é a força motriz que faz com que as pessoas se movimentem.
Para Freinet, deve-se oferecer aos educandos leituras e atividades diversificadas, com jornais, revistas e outras, oportunizando o desenvolvimento da linguagem e promover a construção do conhecimento e a compreensão de estudos do meio e do universo que nos cerca. Devem-se empregar atividades que possibilitem formular hipóteses num conceito de aprendizado de normas e sequência didática. Essa pedagogia se fundamenta em quatro eixos: cooperação (construir conhecimento comutativamente);comunicação (formalizar e transmitir); documentação (o chamado livro da vida); afetividade (com um vínculo entre as pessoas e delas com o conhecimento).

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